A Bíblia nos relata que somos como espetáculo
para os anjos e demônios (I Coríntios 4:9 e Hebreus 10:33) e que que os
demônios ficam ao nosso derredor nos espreitando (I Pedro 5:8). Assim, em tudo
o que fazemos e dizemos, somos atentamente observados pelos demônios que
almejam encontrar em nós alguma fraqueza, vacilo, descuido, brecha, escorregão,
tropeço ou fraqueza para poder nos atingir, nos atacar e nos prejudicar.
Somente Deus consegue ler nossos pensamentos
e corações, mas aquilo que externamos em palavras, atos e reflexos de nosso
organismo, os demônios conseguem entender muito bem. Desse modo, muitas vezes,
apesar de somente a pessoa ter ouvido a voz de Deus lhe revelando algo, ao
compartilhar isso com alguém antes da hora, acaba-se divulgando aos demônios
que irão agir para atrapalhar, confundir, desviar, desacreditar....
Exemplificando, tal como acontece quando uma
empresa ainda nem lançou oficialmente seu novo aparelho de celular no mercado,
mas os camelôs já estão cheios da versão pirata (falsificada) que foi oferecida
primeiro. Ou, do primeiro livro que aborda um assunto novo ou polêmico, que
apesar de ser péssimo, acaba vendendo aos montes por ter sido lançado primeiro.
Assim, há vários eventos na Bíblia
demonstrando que, é muito comum, a falsificação vir antes do que o original, a
mentira chegar antes da verdade, o impostor chegar antes do verdadeiro...
Apenas a título de exemplificação, para
facilitar o entendimento, as trevas existiam antes da luz (Gênesis 1:3). Deus,
os anjos e os demônios (anjos caídos) não precisam de luz para poderem
enxergar; mas toda criatura com olhos carnais não consegue enxergar sem luz.
Já viemos neste mundo em pecado (Salmos 51:5,
Romanos 5:12) e, somente depois de um encontro com Jesus, é que passamos a ter
uma mudança de vida (Romanos 6 e Gálatas 3:13).
No Jardim do Éden, o diabo revelou antes de
Deus a Eva e Adão que eles estavam nus (Gênesis 3).
Em Gênesis 29 narra o episódio de Jacó (que
depois se tornou Israel), que combinou com Labão, trabalhar por sete anos para
ele em troca da mão de sua filha Raquel em casamento; mas Labão o enganou e lhe
empurrou a filha mais velha (Lia) antes.
Em Gênesis 16:1-6 relata a precipitação de
Sarai (que depois passou a ser Sara) e Abrão (que depois se tornou Abraão) em
terem o filho prometido por Deus. Sarai dá a ideia a Abrão de engravidar sua
serva (Agar), pois seria dessa forma que Deus lhes providenciaria o prometido
filho. Mas não era assim; pior, provocou o surgimento de um povo com sangue de
Abraão, mas que odeia mortalmente os judeus e os cristãos.
Deus prometeu um lugar ("terra
prometida" - Gênesis 17:8 e Êxodo 6:4) para os hebreus (que depois
passaram a ser chamados de judeus); mas ao chegarem nesse lugar (Canaã),
existiam outras pessoas no lugar (Números 33:50-55). Esta terra não era dessas
pessoas em razão delas, apesar de serem descendentes de Cão, que era filho de
Noé (Gênesis 9:18 e 10:6, I Crônicas 1:8,13-16), pois Canaã foi amaldiçoado
(Gênesis 9:25-27) e seus descendentes se apostataram de Deus (Gênesis 10:15-20
e 28:1,6, Levítico 18:3 e Sofonias 2:5). Por isso os hebreus/judeus tiveram que
guerrear contra quem estava lá (Atos 13:19).
Frisa-se que os patriarcas do povo judeu:
Abraão (Gênesis 11:31 e 12:5), Isaque/Isaac e Jacó/Jacob (Israel)
estabelecem-se na Terra de Israel (Canaã) antes mesmo de Moisés conduzir os
hebreus do Egito ao deserto por 40 anos para, somente depois, os levar de volta
à Canaã (Êxodo 16:35 e Amós 2:10). José, filho de Jacó/Israel, foi vendido como
escravo aos egípcios e, depois que se tornou administrador do faraó (Gênesis
41:39-40), levou seu povo de Canaã (Gênesis 47:1) para morar com ele no Egito
em razão da grande seca e fome que assolava a terra de seus pais (Gênesis
47:11-12 e 50:22). Os hebreus ficaram no Egito por quatrocentos e trinta anos
(Êxodo 12:40). Já em Êxodo 1 relata que os egípcios se esqueceram de quem foi
José e, então, passaram a discriminar os hebreus/judeus.
Antes de Moisés ter o chamado de Deus, usou
do raciocínio carnal e da força física para salvar um hebreu (Êxodo 2:11-15).
Deus mandou Moisés mostrar alguns sinais para
o faraó do Egito, mas ao chegar perante o faraó e fazer os sinais, os magos,
Janes e Jambres, já sabiam imitar os mesmos sinais (Êxodo 7:10-11,22 e 8:7 e II
Timóteo 3:8) e, por isso, o faraó não se impressionou; muito menos se convenceu
naqueles momentos.
Antes de Moisés descer do monte Sinai com os
10 mandamentos, o povo já havia aceitado o bezerro de ouro como sendo o deus
que os libertou do Egito (Êxodo 32).
Em Números 16, Coré, Datã e Abirão se
opuseram contra Moisés adiantando um preceito futuro (todos serão Cristos) que
só ocorrerá na Nova Jerusalém (Romanos 8:29 e I João 3:2).
Antes de Israel ter o rei Davi (I Samuel
16:1-14), que era ungido de Deus, teve o rei Saul, que se apostatou e ficou possesso
de demônios (I Samuel 16:14-15,23, 18:10-11 e 19:9-10).
Em Atos 5:34-41, o mestre fariseu, Gamaliel
(mentor de Saulo, que depois virou Paulo -
Atos 22:3), ao repreender os demais mestres rabinos para que não
impedissem os Apóstolos, citou falsos profetas que surgiram antes de João
Batista:
"Porque antes destes dias levantou-se
Teudas, dizendo ser alguém; a este se ajuntou o número de uns quatrocentos
homens; o qual foi morto, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos e
reduzidos a nada.
Depois deste levantou-se Judas, o galileu,
nos dias do alistamento, e levou muito povo após si; mas também este pereceu, e
todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos.
E agora digo-vos: Dai de mão a estes homens,
e deixai-os, porque, se este conselho ou esta obra é de homens, se desfará,
Mas, se é de Deus, não podereis desfazê-la;
para que não aconteça serdes também achados combatendo contra Deus."
Nesse mesmo conceito de que o errado ou o mal
surge primeiro, Deus transforma a maldição em benção (Deuteronômio 23:5,
Neemias 13:2 e Zacarias 8:13) e a derrota em vitória (I Coríntios 15:54); bem
como Deus reprova o sexo antes do casamento (formicação). Igualmente, antes da
segunda vinda de Cristo, a Bíblia nos advertiu que surgiriam vários falsos
Cristos antes (Mateus 24:3,24).
Mas, atente-se ao fato de que o falso somente
existe em razão da existência do verdadeiro. Sem o verdadeiro inexiste o falso.
Sem o original não há falsificação. Já o verdadeiro pode muito bem existir
sozinho, pois não depende do falso para existir, vez que existe por si próprio/mesmo;
ou seja, o verdadeiro é verdadeiro pelas suas próprias natureza, essência e
existência.
É muito maior a probabilidade (chance) de
enganar alguém apresentando a versão falsa antes que a pessoa tenha acesso à
original; vez que depois que a pessoa conhecer o verdadeiro, diminui muito as
chances de escolher o falso. E, inclusive, há certas escolhas do verdadeiro que
impossibilitam a troca pela versão falsa depois. Exemplificando, depois que
Sarai engravidou de seu marido Abrão, nunca iria aceitar de Abrão ter um filho
com sua serva para poder ter o filho prometido. Do mesmo modo, se Jacó já
tivesse se casado com Raquel, nunca iria aceitar casar-se também com Lia.
Satanás não se manifesta para você em todo o
seu horror, dizendo: “Eu sou o diabo. Eu estou aqui para lhe atrair a uma
armadilha para que eu possa destruí-lo”. Pelo contrário, ele se esconde nas
sombras e atrás de máscaras e disfarces. Nós nem percebemos que ele está lá nos
bastidores, puxando as cordas e manipulando as situações. Às vezes, ele age
como se desejasse o nosso bem. Lembre-se de Eva, no Jardim do Éden. Satanás
sugeriu a ela que Deus era egoísta e que estava guardando algo que seria bom
para ela. Ele usou a mesma tática quando tentou a Jesus. Como um pescador
experiente, que sabe exatamente qual isca usar. Satanás conhece suas áreas de
fraqueza (pai da psicologia e de todas as ciências) e, assim, as usa. Ele pode
aparecer como um anjo de luz (II Coríntios 11:14), uma donzela em apuros, a
solução para os seus problemas financeiros, a resposta para a insatisfação com
a sua própria aparência...
Quando os demônios não conseguem ter
conhecimento antecipado do fato para poderem providenciar a falsificação antes,
eles agilizam ao máximo para que seja concomitante (simultânea, contemporânea,
ao mesmo tempo) em que o verdadeiro. Assim, a versão falsificada dificilmente
acontece depois de o original ocorrer. Mas, mesmo que já tenham feito a versão
falsa antes, os demônios não medem esforços para ter outra versão falsa
simultânea também.
Exemplo, enquanto Cristo realizava seu
ministério profético, Judas Iscariotes estava com Ele, sendo a versão
falsificada; bem como havia Barrabás como substitutivo do Cristo libertador.
Também temos os exemplos de Elias contra os 450 profetas de Baal (I Reis
18:17-40) e de Jeremias contra os falsos profetas que prediziam a paz (Jeremias
28).
Enfim, Deus nos adverte sobre o perigo da
ansiedade (Mateus 6:25); pois ela abate o coração (Provérbios 12:25) e nos
torna precipitados no julgar. Assim, devemos lançar em Cristo todas as nossas
ansiedades, aflições, angústias, temores, receios... (I Pedro 5:7).
"Não
andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com
ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede
todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus.
Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que
for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa
fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas
coisas." (Filipenses 4:6-8).
Recorde, ainda, que a ansiedade é casada com
a impaciência, e, assim, geram atitudes temerárias e precipitadas. A pressa,
portanto, muitas vezes é uma cilada do diabo para nos fazer agir rápido demais
e pegar-nos num momento de imprecaução.
Uma pessoa desesperada, ansiosa ou afobada,
acaba aceitando ou "se jogando de cabeça" na primeira resposta ou
opção que lhe surge; ou seja, não consulta a Deus em oração primeiro, não
estuda, não se inteira dos fatos, não reflete, não medita, não analisa, não
avalia, não vislumbra as consequências de seus atos... e, assim, tropeça nas
próprias pernas.
"Assim
como não é bom ficar a alma sem conhecimento, peca aquele que se apressa com
seus pés." (Provérbios 19:2).
"Ora,
estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom
grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas
eram assim." (Atos 17:11).
Saul é um exemplo bíblico daquilo que a
precipitação é capaz de fazer. O primeiro pecado de Saul foi se arvorar como
Sacerdote sobre Israel, usurpando temporariamente o cargo de Samuel, que era o
Sacerdote e Profeta da parte de Deus sobre o povo. Saul não era Sacerdote.
Estava a sete dias esperando pelo Sacerdote Samuel para a oferta do sacrifício,
como Samuel demorava de chegar, não se conteve e ele mesmo ofereceu o
sacrifício.
“Tu,
porém, descerás adiante de mim a Gilgal, e eis que eu descerei a ti, para
sacrificar holocausto e para apresentar ofertas pacíficas; sete dias esperarás,
até que eu venha ter contigo e te declare o que hás de fazer.” (I Sam. 10:8)
“Esperou
Saul sete dias, segundo o prazo determinado por Samuel; não vindo, porém,
Samuel a Gilgal, o povo se foi espalhando dali. Então, disse Saul: Trazei-me
aqui o holocausto e ofertas pacíficas. E ofereceu o holocausto. Mal acabara ele
de oferecer o holocausto, eis que chega Samuel; Saul lhe saiu ao encontro, para
o saudar. Samuel perguntou: Que fizeste? Respondeu Saul: Vendo que o povo se ia
espalhando daqui, e que tu não vinhas nos dias aprazados, e que os filisteus já
se tinham ajuntado em Micmás, eu disse comigo: Agora, descerão os filisteus
contra mim a Gilgal, e ainda não obtive a benevolência do SENHOR; e, forçado
pelas circunstâncias, ofereci holocaustos. Então, disse Samuel a Saul:
Procedeste nesciamente em não guardar o mandamento que o SENHOR, teu Deus, te
ordenou; pois teria, agora, o SENHOR confirmado o teu reino sobre Israel para
sempre. Já agora não subsistirá o teu reino. O SENHOR buscou para si um homem
que lhe agrada e já lhe ordenou que seja príncipe sobre o seu povo, porquanto
não guardaste o que o SENHOR te ordenou. Então, se levantou Samuel e subiu de Gilgal
a Gibeá de Benjamim. Logo, Saul contou o povo que se achava com ele, cerca de
seiscentos homens.” (I Sam. 13:8-15).
O último pecado de Saul, consta em I Samuel
28:11-20, que foi consultar uma feiticeira (necromante, adivinha, vidente...),
porque estava desesperado. Consultava a Deus, mas Deus não o respondia. Estava
cercado pelos filisteus. Samuel estava morto. Neste desespero perdeu o equilíbrio
se é que ainda o tinha e cometeu a coisa mais horrenda pela qual Deus abominava
veementemente (Deuteronômio 18:10-11, Êxodo 22:18, Levítico 19:31 e 20:6,27, I
Samuel 15:23, I Crônicas 10:13, Miquéias 5:12 e Isaías 8:19).
Outro exemplo de temeridade é o voto
precipitado de Jefté em Juízes 11:31 - "Aquilo que, saindo da porta de
minha casa, me vier ao encontro, voltando eu dos filhos de Amom em paz, isso
será do Senhor, e o oferecerei em holocausto." E foi sua filha a “contemplada”.
A ignorância da Lei de Deus por parte de Jefté era muito grande, tendo-se em
vista passagens como Levítico 18:21 e 20:2-5 e Deuteronômio 12:31 e 18:10.
Quando os soldados romanos, liderados por
Judas Iscariotes e pelos principais sacerdotes, prenderam a Jesus, Pedro sacou
sua espada e cortou a orelha do sumo sacerdote (Lucas 22:50). Sua valentia era
carnal. Porque dormiu e não orou, entrou na batalha errada, com as armas erradas
e a motivação errada.
"Não
te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra
alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu estás sobre a terra;
assim sejam poucas as tuas palavras." (Eclesiastes 5:2).
"Ou,
quando alguma pessoa jurar, pronunciando temerariamente com os seus lábios,
para fazer mal, ou para fazer bem, em tudo o que o homem pronuncia
temerariamente com juramento, e lhe for oculto, e o souber depois, culpado será
numa destas coisas.
Será,
pois, que, culpado sendo numa destas coisas, confessará aquilo em que
pecou." (Levítico 5:4-5).
"Mas
a pessoa que fizer alguma coisa temerariamente, quer seja dos naturais quer dos
estrangeiros, injuria ao SENHOR; tal pessoa será extirpada do meio do seu
povo." (Números 15:30).
"O
longânimo é grande em entendimento, mas o que é de espírito impaciente mostra a
sua loucura." (Provérbios 14;29).
"Mas,
se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos." (Romanos 8:25).
"Mas,
se somos atribulados, é para vossa consolação e salvação é; ou, se somos
consolados, para vossa consolação e salvação é, a qual se opera suportando com
paciência as mesmas aflições que nós também padecemos;" (II Coríntios
1:6).
"Para
que vos não façais negligentes, mas sejais imitadores dos que pela fé e
paciência herdam as promessas." (Hebreus 6:12).
"Porque
necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus,
possais alcançar a promessa." (Hebreus 10:36).
"Tendo
sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus
Cristo;
Pelo
qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos
gloriamos na esperança da glória de Deus.
E
não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a
tribulação produz a paciência,
E
a paciência a experiência, e a experiência a esperança.
E
a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em
nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.” (Romanos 5:1-5).
"E
vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a
virtude, e à virtude a ciência,
E
à ciência a temperança, e à temperança a paciência, e à paciência a piedade,
E
à piedade o amor fraternal, e ao amor fraternal a caridade.
Porque,
se em vós houver e abundarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem
estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo." (II Pedro 1:5-8).
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